segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Casa do Chico Xavier

Acordei cedo na manhã de sexta-feira 28 de setembro comi algumas frutas no café da manhã do hotel, coloquei as malas na moto, paguei a diária e coloquei o endereço no GPS: Rua Dom Pedro I, 165.
Ficava a pouco mais de 3km de onde eu estava e apesar da minha preocupação em não passar muito tarde em São Paulo devido ao transito algo me chamava para este lugar.
Entrei na cidade de Uberaba, alguns semáforos até que cheguei na Rua Dom Pedro I que começava no número 800 e conforme eu rodava os números aumentavam... logo percebi que o GPS havia feito alguma confusão. Avistei uma senhora no portal de sua casa e parei para pedir informações. Seu marido saiu da casa e com um sorriso mineiro muito simpático me ensinou o caminho. Papo vai, papo vem, risadas para lá e para cá... (abençoado seja esse povo simpático e alegre).... agradeci e me despedi, contornei a avenida até avistar do meu lado direito a casa do Mestre.

Entrei meio que sem saber o que poderia esperar... a fachada da casa foi transformada em uma livraria espírita fui até a mesa ao lado e perguntei para a moça se eu poderia visitar a casa do Chico. Ela abriu um grande sorriso e me disse - Lógico que pode! a entrada fica logo alí. Perguntei - Posso tirar foto? e ela sorriu novamente afirmando que sim.

Foi aí que ao passar pela porta lateral cheguei ao quintal de sua humilde residência e pude compreender a importância deste amado ser humano que viveu entre nós.

Tudo estava exatamente como ele deixou... sua decoração... seus móveis, cadeira, cama, geladeira, roupas, boinas, etc.

Pude enfim sentir a enorme emanação de energia que existe neste lugar... as enormes bençãos que ele trouxe para este povo trabalhando 20 horas por dia e vivendo em estado de quase pobreza se negando a receber qualquer dinheiro de direitos autorais vindo dos mais de 400 livros que ele psicografou.... pois segundo o sábio ele não poderia receber dinheiro pelos livros que não foram escritos por ele. Ele se julgava um instrumento de Deus e apenas escrevia o que os espíritos lhe contavam.

Senti uma Paz muito grande em meu coração enquanto estive em sua residência terrena... fiquei muito emocionado... parecia um déjà vu que eu estava sentindo... uma mistura de recordação e conforto por estar em um lugar conhecido e amigável com uma sensação de euforia e emoção por estar onde o grande Chico Xavier passou boa parte de sua vida trabalhando arduamente para sutilizar o campo austral de nosso planeta  levando e trazendo mensagens de amor e de perdão entre os espíritos sofredores moradores do umbral do planeta e seus entes queridos encarnados e presos ao mesmo padrão. O sofrimento da ignorância e falta de compreensão das leis Universais do Pai Eterno que causa dor, raiva e separação em ambos os corações (dos encarnados e desencarnados). Era esse a missão do Mestre... trazer compreensão divina aos corações aflitos.

Certa vez perguntaram ao Chico como ele se sentia quando ofendiam ele... e no trono de sua sabedoria divina ele respondeu. "-É lógico que fico triste quando alguém me ofende... palavras rudes não são boas de se ouvir.... e após uma suave pausa ele continuou... -Mas eu ficaria muito, muito mais triste se fosse eu que estivesse ofendido alguém....".

Depois de me sintonizar com sua energia e agradecer pela oportunidade de estar ali, parti de Uberaba/MG.

Rodei por mais 250km até Santa Rita do Passa Quatro, abasteci, comi um lanche e voltei a estrada para mais 200km até o Shopping Serra Azul na Rodovia dos Bandeirantes em Vinhedo.
Abasteci novamente, saquei dinheiro para pagar o único pedágio (na Rodovia Airton Senna) onde moto não é isento e encarei pouco mais de 100km para chegar feliz em casa onde a Kris, o Thor, o Merlin e a Isis já me esperavam...

Enfim, esse foi o relato desta aventura de férias em 2012. Não foi o primeiro e nem será o último.
Toda viagem que fizemos desde que casamos a Kris fazia um diário anotando as coisas para fazermos o álbum de fotos, escrever, e etc... porém, ao retornar da viagem nunca mais abrimos os cadernos... rsrs...
Desta vez resolvemos fazer diferente... algo online... foi uma experiência bem interessante... posso dizer que gostei e já penso em algumas melhorias para os próximos relatos que não irão demorar a ocorrer.... :-)

Temos alguns materiais que trouxemos das cidades que passamos que gostaria de deixar disponível no Blog para auxiliar quem precisar e também para termos como lembrança e recordação.

Vou aproveitar esse última semana de férias e tentarei fazer essas coisas...

Até a próxima!!!

"Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim". Chico Xavier

Retorno Express

É com um pouco de atraso que escrevo esse Post.... sabem com é... retornar para casa, descansar, arrumar as coisas e ainda teve o nosso Aniversário de Casamento e um curso de Light Healing no meio destes dias todos.... rs

Sai no dia 27/09, última quinta-feira por volta das 9h00 de Alto Paraíso de Goias com o objetivo de chegar a Uberaba há 750km de distância.

Bem, como nada é por acaso o imprevisto causado com a torção do tornozelo da Cris acabou dando um novo espírito no retorno da viagem.

Por um lado a Cris no melhor estilo Saci Pererê teve que se virar sem minha companhia para voltar de avião de Brasília até Guarulhos.
No dia anterior eu já havia ligado na TAM e solicitado uma cadeira de rodas para locomoção em grandes distâncias e segundo ela o pessoal foi super atencioso. Ela irá relatar seu retorno em outro Post em breve.

Do outro lado eu iria retornar sozinho de moto em 2 dias... percurso este que fizemos na ida em 4 dias.
O espírito da viagem havia mudado significativamente para mim. Seria uma experiência muito interessante e eu fiquei animado!
Todo motociclista sabe que pilotar moto com garupa é muito diferente de pilota-la sozinho. É uma dinâmica completamente nova que eu não havia experienciado ainda em longas distâncias ...

Como as malas prontas, corrente lubrificada, suspensão regulada, entrei mais uma vez no chalé número 7 da pousada Casa Rosa, encostei a porta e me silenciei por alguns minutos para fazer uma oração de agradecimento pelo tempo passado na cidade, pelos lugares visitados, pelas pessoas conhecidas e lições apreendidas. Tudo isso ocorreu com um sentimento muito forte em meu coração de que retornaremos neste lugar maravilho em um futuro próximo.

Acertei as 8 noites que dormimos no chalé por R$ 142,00 a diária e parti escutando o mantra indiano Om Mani Padme Hum.

Rodei uns 220 km até o entorno de Brasília... se não me engano a BR passava por Planaltina no Distrito Federal quando parei no posto para abastecer, calibrar o pneu (que não deu pra fazer em Alto Paraíso) e comer um lanche no Subway. Aproveitei e liguei para a Cris que já estava na porta do salão de embarque no aeroporto. conversamos um pouco, terminei de comer o lanche e parti com a intensão de rodar mais 250km.

Nos aredores do Distrito Federal e já em Goiás a paisagem é bem parecida. Clima de cerrado árido, muitas, muitas, muitas fazendas ao redor das estradas com plantações de Sorgo a perder de vista... não se vê uma alma viva nestes lugares.
Com retões infinitos nas estradas você até acaba ficando mal acostumado quando chega uma leve curva e você precisa deitar suavemente a moto.
Com tráfego intenso de caminhões por estes lados (praticamente não se vê carros nas estradas de Goiás), a única coisa importante que você não pode descuidar e do grande deslocamento de ar produzido por estes gigantes das estradas ao passar no sentido contrário por você.

Em todo o estado de Goiás por onde passei, as estradas não são duplicadas e tive que ficar bem atento... quando vinha caminhão no sentido contrário, eu jogava a moto para a direita e dava uma leve encolhida no tronco aproximando o capacete do para brisa para não receber o impacto do deslocamento de ar no peito.
Fora este cuidado básico, outro muito importante é o combustível. Saindo de São Paulo você roda quilômetros e as vezes mais de uma hora sem cruzar por nenhum posto de gasolina no caminho.

Tinha rodado pouco menos de 200km quando passei por um posto. Decidi não parar porque queria rodar um pouco mais e quase fiquei na mão... rsrs

Minha intenção era parar em Catalão (mesma cidade que paramos na ida) que eu sabia que ficava a frente mais não tinha noção direito da distância. Quando eu já havia rodado mais uns 20km apareceu a surpresa... uma placa de sinalização (coisa rara por lá também) informando Catalão há 100km... deu aquela gelada básica... fiz as contas e refleti minhas opções... bom não tenho combustível para rodar mais 100km... não estou afim de voltar mais 20km (onde vi o último posto)... então vou arriscar... deve ter um posto aí na frente..... hehehe...
Rodei mais 15km e a moto entrou na reserva me avisando que eu só tinha mais 4 litros de gasolina no tanque... voltei a fazer as contas e refletir minhas opções....
Quando ando sozinho de moto no dia-a-dia a moto faz 29km/l. Na nossa viagem de ida com a moto carregada de bagagem e com a Kris na garupa ela tinha feito 20km/l e agora eu com a moto ainda carregada de bagagem porém sozinho sem a Kris a moto tinha feito 23km/l... logo pensei 23*4=93km... se não der pra chegar em Catalão pelo menos terei que andar bem pouco... rsrs
Para mitigar o risco reduzi a velocidade média que estava em 130km/h para 100km/h (se a moto fez 23km/l a 130km/h é óbvio que ela vai rodar mais se eu manter a velocidade mais baixo a 100km/h pensei...).
Foram angustiantes 37km até que avistei um posto dos mais simples possíveis na beira da estrada.
Com um alívio no peito parei, abasteci e entrei no restaurante para comprar uma água e tomar um sorvete pois estava muito quente.
Dentro do restaurante tive uma grande e prazerosa surpresa... uma senhora muito simpática se aproximou de mim ao lado de um jovem rapaz e me disse com o maior carinho e simplicidade do mundo. "Meu filho estava lá fora namorando sua motona... aí eu disse pra ele... vamos lá dentro filho pra você ver a bota de motoqueiro do rapaz...." :-)
Paguei a água e o sorvete e saímos conversando... foi um papo de uns 10 minutos muito agradável que tive com os dois. depois apareceu o marido da senhoria e pai do rapaz, conversamos mais um pouco... o filho motoqueiro tinha acabado de comprar uma moto e estava aprendendo a pilotar... já tinha caído algumas vezes contava ela toda simpática...
Tirei a viseira do capacete para lavar pois tinha muitos bichinhos espatifados nela, nos despedimos e parti com a intenção de rodar pelo menos mais 200km pois pelas minhas contas não daria para chegar em Uberaba com esse tanque.

Ao entrar em Minas Gerais as coisas melhoraram bastante... é interessante voltar a SP pois quanto mais cansado você vai ficando pela distância percorrida melhor as estradas se tornam ao aproximar do estado.
Apesar da maior parte do percurso estar em reforma, as pistas já são quase que todas duplicadas e com asfalto novo muito bom..

Havia rodado próximo de 200km... as pernas já estavam doendo... os alongamentos em cima da moto já não surtiam mais efeito quando cheguei em Uberlândia.
Parei no posto para abastecer, tomar água e alongar as pernas. aproveitei e liguei para a Cris que já havia chegado na casa dos pais dela.

Foram mais 100km e pouco menos de 1 hora para chegar ao Village Hotel em Uberaba próximo das 18h00 e finalmente descansar... a diária saiu por R$72,00. Bom hotel na beira da estrada. Bem localizado.

Pedi uma pizza vegetariana pois não estava aguentando mais sair naquele dia, peguei alguns folhetos turísticos da cidade no próprio hotel e subi para o quarto com a intensão de descobrir como eu poderia visitar a casa do grande sábio Chico Xavier na manhã seguinte




quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Retroceder nunca! Render-se jamais!

Como a Kris já comentou no post anterior, ontem tivemos um leve imprevisto que nos obrigou a re-ajustar nosso planejamento.
Na saída de uma cachoeira chamada Almécegas II um banco de areia despercebido na saída do local onde a moto estava estacionada fez a moto tombar para o lado esquerdo e caímos. Estávamos não mais de 5km/h e como reza a lenda é mais fácil cair parado do que andando... :-)
Na queda o meu pé esquerdo ficou por baixo encostado no chão de areia o da Kris por cima do meu e a moto por cima dos nossos.
Minha reação instantânea com um dos pés presos e ouvindo os gritos de dor da Kris foi milagrosamente levantar um pouco a moto para nos libertar. Não me perguntem como consegui... Só sei que os 200kg da moto pareciam 10kg nessa hora.
Tirei o capacete dela, o tenis, a meia, levantei a calça, fiz uma breve análise para ver a gravidade do trauma... Testei a sensibilidade dos dedos, planta do pé e sola do pé, vi a simetria da canela e aparentemente não era nada grave.
Aí percebi que a moto estava ligada e engatada. Desliguei então no botão de emergência.
Após o susto e os primeiros socorros a minha Alma-Gêmea levantei a moto de vez, coloquei-a no descanso lateral e verifiquei que nada havia ocorrido com a motoca.
Percebi um pouco de sangue no meu cotovelo, joguei um pouco de água, limpei, subimos na moto e voltamos a Pousada.

Aqui no Cerrado em Alto Paraíso temos tipos de solo bem diferentes. Em uma mesma estrada de terra passamos por solo vermelho de terra batida muito bom para moto, solo amarelado com um pouco de cascalho muito barulhento e irregular mais aderente e solo arenoso com areia fofa... Sim aquela areia típica das praias do nosso litoral existem aqui também misturada com a paisagem de árvores queimadas e retorcidas.
A areia fofa é um perigo. Se pegar desprevinido é chão na certa... E foi o que ocorreu... Nesses casos é recomendado andar em pé na moto porque o centro de gravidade fica mais baixo e mesmo a traseira saindo é possível controlar. Mas com garupa a situação muda... O centro de gravidade fica bem mais alto e a moto mais instável. Qualquer inclinação lateral a moto derrapa e o controle fica prejudicado.

Nossos queridos amigos que sabem do nosso chamado espiritual e nossa fé que pulsa em nossos corações nos confortando dizendo que tudo está certo e perfeito e que nem uma folha de uma árvore e nem uma formiga cruza nossos caminhos sem ter a devida permissão divina, relato a parte técnica não por achar que tudo poderia ser evitado mas por achar importante o conhecimento para aguçar a percepção dos sinais e da divina intuição.

Conseguimos o contato do Taxi do Divan (62) 9999-3948 / (62) 9676-6237 / (62) 8158-7175 / (61) 9638-8088 que vai levar a Kris até Brasília no aeroporto JK há 300km de Alto Paraíso por R$70,00 e também compramos uma passagem da TAM de Brasília para Cumbica por R$377,00.

Eu continuarei a viagem de moto agora retornando a Mogi das Cruzes sozinho com apenas uma parada em Uberaba esperando poder visitar a casa do querido Chico Xavier.

Cancelamos a revisão que seria feita em Brasília que agora poderá ser feita na Eurobike em SP. Tentei lavar a moto que está imunda sem sucesso. Aqui só tem dois lugares para lavar veículos. O Lava Jato estava fechado e o Posto de Gasolina estava lotado. Fui em uma moto peças, comprei uma graxa líquida em spray e uma estopa para limpar e lubrificar bem a corrente que estava cheia de terra impregnada.
Limpei o parabrisa e a placa pois não dava nem pra ver o número. Regulei a suspensão para deixar um pouco mais dura já que não pegarei mais estrada de terra e retornarei mais leve.

Agora é tomar um caldinho aqui na Pousada, arrumar as malas para partir amanhã às 7h30.

E a visita do inesperado aconteceu

Terça-feira dia 25 fomos para as cachoeiras das Almécegas, um lugar muito bonito e especial de acordo com várias pessoas com quem conversamos. A trilha é relativamente curta (1,8km)  com pouca estrada de terra e duas quedas d'água diferentes para conhecer e tomar banho. A cachoeira Almécegas 1 tem dois paredões formando um canion e fomos lá primeiro por ser mais distante. Tomamos banho, ficamos um bom tempo lá, meditamos e fomos para a a Almécegas 2. Lá ficamos um tempo deitados, meditamos de novo e senti energias maravilhosas com toda essa experiência na natureza.
Subimos até a moto, saímos e na hora de fazer a curva para voltar a moto tombou para a esquerda e caímos. O Thi conseguiu sair rapidinho, mas meu pé esquerdo ficou preso debaixo da moto prensado. Eu comecei a gritar, ele levantou um pouco, eu consegui tirar o pé mas o tenis estava preso. O pé inchou, doeu, uma parte afundou mas eu estava inteira...rsrs. O importante é que mesmo eu estando machucada conseguimos sair de lá (o Thi só ralou o cotovelo). Chegando no hotel fiz bastante compressa de gelo. Parecia estar só torcido e bem dolorido.
A noite achei que tinha condições de sair de moto com ele e jantamos no velho e bom Cravo e Canela (uma das únicas e boas opções veganas aberta na cidade). Tomamos um delicioso caldo de mandioca com quinua e funghi e um pizza vegana com cobertura de tofu e tomate. E depois disso, a noite no quarto, percebi que não conseguia mais pôr meu pé no chão.
Continuando com compressas de gelo, pomada antiinflamatória e própolis no dia seguinte, quarta, ainda doía e não era possível por o pé no chão. Os gentis adiministradores da pousada me levaram de carro até o hospital municipal da cidade (tem só esse aqui). Tirei raio-x e era só a torção e trauma. O médico afirmou não ser necessário imobilizar, mas nada de forçar e por o pé no chão. Nada de medicamentos também pelas minhas alergias e pomada local de arnica. Segundo ele demoraria uns 4 dias para começar a melhorar. Sem condição de subir na moto, decidimos encerrar Esta viagem por aqui....
Vou quinta de manhã com um táxi até Brasília e pego o vôo do meio-dia para SP. O Thi voltará de moto em 2 dias.

Reflexões
A famosa pergunta para refletir.... Por que uma viagem toda voltada para integração com a natureza, com tantas meditações e momentos mágicos acaba assim? Não de forma desastrosa, mas antes do planejado. Confesso que tenho parte da resposta, mas ainda não entendo tudo. Estou meditando e sentindo o porquê de tudo isso. Quando nos acidentamos e nos machucamos é um recado bem claro do universo que precisamos parar e aprender verdadeiramente a seguir as decisões do coração. Se a alma quer ir para um lado e os pés do outro..... Há uma incoerência dentro de mim que preciso sentir e descobrir.
Estou com o coração alegre e grato por ter vindo até aqui, não tenho do que reclamar. A viagem foi linda, perfeita e vivi momentos incríveis...e nada acaba por aqui. Agora vem uma etapa de pausa e cura e para responder a esse chamado que me convida a me amar, me respeitar e seguir meu coração com mais sabedoria.
E haverão ainda muitas viagens....de moto, ou não. A causa não é o veículo, e sim padrões que precisam ser liberados que causaram isso.
As lições da vida são grande oportunidades de crescermos e melhorarmos.
Como nos mostra a antiga sabedoria chinesa, na língua deles crise e oportunidade são sinônimos.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Estamos realmente no Paraíso :-)

Domingo a noite dia 23 saímos para o centrinho da cidade para decidir aonde jantar. Caminhamos, entramos em alguns lugares (a maioria estava fechado) e quando íamos entrar na última opção já sem esperança de encontrar algo que realmente queríamos comer, entramos no restaurante Taj Mahal e a Stela, uma simpática argentina que conhecemos no dia da fogueira, estava lá trabalhando ajudando a amiga dela, dona do restaurante. Sentamos na mesa e batemos longos papos sobre Alto Paraíso, espiritualidade e muitas hitórias. Jantamos deliciosas saladas fresquinhas, tabule, beringela, carne de soja e arroz - tudo é feito pela proprietária do restaurante na hora. Aqui em Alto Paraíso não temos a sensação de jantar fora todo dia, e sim de visitar amigos todos os dias que preparam pratos maravilhosos para nós e sempre nos recebem com muito amor!
Na segunda ao levantar o tempo estava nublado e friozinho. Olhamos no climatempo e parece que até quinta a região tem risco de chuva. Nisso também estávamos um pouco apreensivos com a quilometragem da moto que está quase nos 9mil km e temos que fazer a revisão dos 10mil para não perder a garantia da moto. Decidimos então agendar a revisão em Brasília na segunda da semana que vem dia 1o. Então ficaremos mais 2 dias aqui em Alto Paraíso além do planejado (que sacrifício!). Chegaremos em casa na quinta dia 4 ou sexta dia 5, 1 ou 2 dias depois do planejamento inicial e não passaremos mais em Poços de Caldas na volta mas faremos o roteiro da ida pelas  cidades voltando pela mesma estrada talvez parando em pontos diferetes. Sairemos de Alto Paraíso domingo e dormiremos 2 noites em Brasília novamente. A moto terá que ficar na revisão das 8 à 17hs e enquanto isso iremos conhecer alguns lugares que não foi possível visitar na ida. Teremos também tempo de conhecer com calma mais coisas em Alto Paraíso e ter conversas interessantíssimas com os amados habitantes deste local.
Decidimos ir na segunda na Cachoeira dos Anjos e Arcanajos. Pegamos 14km de uma estrada de terra bem esburacada.... Imagine-se sentado em cima de uma britadeira segurando-se para manter o equlíbrio: esta sou eu na garupa numa estrada de terra daquelas.... Mas vale a pena, e como!
Caminhamos mais 2km até as quedas d'água. Primeiro fomos na cachoeira dos Anjos e depois por uma outra pequena trilha na cachoeira dos Arcanjos que fica logo acima da 1a. Ficamos bastante tempo pr lá nadando, tomando sol e meditando. Foi uma das melhores meditações que consejgui fazer por aqui. E de novo eu e o Thi fizemos juntos nossa prática de meditação de Magnified Healing abençoando a agradecendo nossa linda amizade com os anjos que estão sempre presentes na nossa vida e na nossa casa.
Passamos na volta, umas 17hs na cidade e visitamos uma galeria de arte "Entre outras coisas". Quem nos recebeu foi a Mari, uma pessoa encantadora que nos mostrou o local todo montado com obras de arte fascinantes de artitas moradores locais. Fizemos amizade com uma linda gatinha preta que me lembrou a Ísis minha gata...que saudades dos meus anjinhos de 4 patas que ficaram em casa!!!
Atravessamos a rua para comprar água no mercado e encontramos o Luís, que também estava na fogueira do equinócio. Papo vai, papo vem e nós entramos os 3 para jantar no Cravo e Canela onde tem os sanduíches veganos que comemos também um dia com a Hilde e o Waldemir na sexta passada. O lanche vem muita salada e estava mais uma vez maravilhoso. Hoje segunda foi nosso aniversário de calendário maia do nosso casamento. Conversamos muito com o Luís. Ele tem um propósito de estudo e pesquisa sobre esses novos tempo, espiritualidade e lugares sagrados, e já escreveu em torno de 90 livros sobre o assunto. Uma pessoa de muito conhecimento e sabedoria que tivemos o privilégio de conhecer e que também é astrólogo como eu. Contando um pouco sobre nossa história, da semelhança dos nossos  mapas astrológicos (eu nasci 24dez78 e o Thi dia 22dez78) e que nos conhecemos dia 3/3 num dia de eclipse no curso de calendário maia ele ficou bem impressionado, nos contou que as verdadeiras almas gêmeas se conhecem em ambientes "espirituais"  e pegou na estante um livro que ele escreveu sobre almas gêmeas. Fiquei muito alegre com esta confirmação e compartilhei com ele que sinto que eu e o Thi estamos juntos não só pelo amor e companheirismo, mas que também temos uma missão espiritual juntos aqui na Terra.
Mais um dia de momentos muito alegres, muitas sincronicidades e revelações. Fluxo esse que estamos cada vez mais seguindo com o coração aberto, sem apegos, pedindo todos os dias  que sejamos guiados para nossa missão.

"Para chegar Àquilo que não sem tem, é preciso tomar o caminho que não se tem; para atingir Aquilo que não se é, necessário se faz tomar o caminho onde não se é; para se obter o Tudo, é preciso abandonar tudo."
S. João  da Cruz - subida ao Monte Carmelo

domingo, 23 de setembro de 2012

Batismo de Água

Sábado dia 22 umas 14hs (hora que a chuva parou e o céu firmou) fomos para a trilha de cachoeiras das louquinhas (sim...é esse nome inusitado mesmo). Decidimos por essa trilha por ser em Alto Paraíso mesmo e relativamente próximo da pousada. Passamos pela portaria e entramos numa trilha de 1,2km com um total de 7 pontos de queda d'água e piscinas naturais, porém só as 5 primeiras estavam mais apropriadas para banho pela época de secas. Passamos pelos primeiros pontos de parada para observar o local e fizemos amizade com um simpátio macaquinho no caminho.
Decidimos entrar na 5a parada - o poço do xamã. A beleza natural é fantástica com águas verdes claras transparentes. É um local de trilha fácil, tranquila e muita coisa bonita para ver.
No fim da tarde tomamos um banho e fomos fazer nossa refeição - fazemos apenas uma refeição por dia quando viajamos para termos mais pique para passear, além do café da manhã, e às vezes uma fruta ou barrinha durante o passeio.
Escolhemos o restaurante Avalon no centrinho da cidade. Ao chegar encontramos chegando junto conosco um simpático casal também de moto bmw! Nada é coincidência :-) Jantamos com nossos amigos Fernando e Valéria de Brasília. Falamos tanto... Tanto de moto, de viagens fantásticas que ficamos um tempão falando e demoramos para pedir. Comemos um prato vegetariano de cogumelos shitake e funghi acompanhado de arroz integral e salada. Estava muito saboroso mas faço duas ressalvas: preço bem salgado e o prato individual que vc tem que pedir dois ficou muita coisa.
Saímos de lá 10 da noite "expulsos" (tudo aqui fecha cedíssimo, 10 hs a cidade fica deserta).
Domingo levantamos bem cedo para ir ao Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. Foram 20km de asfalto e 15 de terra. E aí é que eu, garupa, sinto toda a diferença da moto Sertão - pula sim, mas é confortável e dá muita segurança.
Saímos para o passeio com o guia Juí, um jovem muito simpático morador local. No parque não existem taxas para entrar (diferente das cachoeiras que paga-se 10 reais por pessoa) mas temos que contratar obrigatoriamente um guia para entrar cuja diária são 100 reais. Existem 2 passeios no parque, e fizemos hoje o passeio da cachoeiraa do salto, o cartão postal da chapada dos veadeiros. O destino é uma queda d'água de 120 metros de altura que brota de um paredão. Foram 4,5 km da caminhada classificada pelos guias como difícil. Pedras, descidas, cascalhos e muita habilidade para caminhar num terreno bem acidentado.
E ao chegar...que lugar, que energia, que emoção! Tiramos fotos da queda e caminhamos mais um pouco para uma enorme piscina natural com outra cachoeira magnífica. Nadamos, relaxamos e fizemos nossa prática de meditação Magnified Healing enviando energia pelo equilíbrio da Mãe Terra e reequilíbrio das faltas cometidas pelo homem em outras eras. E então as nuvens se aglomeraram e começou a chover, chover e chover (e estava um mega sol poucos minutos atrás). Abençoamos e caminhamos direto debaixo de chuva forte, na subida, de volta para a portaria do parque. Chegamos na moto completamente encharcados. A chuva parou bem na hora que chegamos na portaria. E aquele friozinho na moto para voltar pela estrada. Não trouxemos hoje capa de chuva nem nada do tipo, pois o céu estava bem aberto e quente hoje de manhã.
E aqui estamos nós, após o banho, tomando uma chazinho de camomila no hotel e escrevendo o blog, esperando as 18hs para abrirem os  restaurantes e fazermos nossa refeição.

Gratidão eterna ao Criador Pai-Mãe por estarmos num lugar tão abençoado, rodeados pelos anjos e vivendo esta linda experiência!

sábado, 22 de setembro de 2012

Amigo é coisa para se guardar do lado esquerdo do peito

Partimos de Brasília na quinta dia 20 rumo a Alto Paraíso de Goiás. A estrada no DF é totalmente esburacada, pior que estrada de terra. Mas ao entrar em Goiás um verdadeiro tapete lisinho e novinho. A viagem foi muito agradável: estrada vazia, muitas retas e poucas curvas e praticamente só fazendas e pasto no caminho. Foram 220 km bem tranquilos e fizemos uma parada na pequena cidade de São João d' Aliança num posto BR para abastecer e tomar água. Mal paramos no posto e fomos cercados pela garotada local que estavam curiosos com a moto e com a distância até São Paulo. Três garotos de não mais de 9 anos com carrinhos de sorvete vieram nos oferecer seus serviços. Um deles tinha um carrinho sozinho e os outros dois eram sócios do mesmo carrinho. Para ser justo e deixar todos contentes comprei um sorvete de cada um deles que também não foi nenhum esforço...rs
Chegamos 5 da tarde no Hotel Casa Rosa. Nossos amigos Hilde e Waldemir apareceram lá para nos recepcionar e fomos convidados para uma fogueira com vários amigos deles da cidade para comemorar o equinócio de primavera.
A Hilde é nossa amiga de um grupo de meditação com os anjos que acontece em SP e também na nossa casa em Mogi semanalmente. Uns dias antes de viajar descobrimos que por uma grande sincronicidade ela e o marido estariam aqui nos mesmos dias que nós.
Chegamos no local da celebração já estava quase escuro, ajudei a pegar uns cocos secos para a fogueira e depois de tudo montado acendemos. A noite estava bem nublada... A única coisa que dava para ver no céu era a Lua. Estava tudo muito silencioso, harmônico e gostoso. Colocamos cebolas, milhos e batatas na fogueira para assar e começamos a conversar.
O propósito do pessoal que havia adquirido aquelas terras é muito especial e honrado.
Conversei um pouco com o Tomas (idealizador do projeto) mas foi o Oscar, um colombiano muito alegre e simpático que me explicou prevemente o projeto: criar um espaço de permo-cultura em Alto Paraíso de Goías para relembrar e reorganizar a interação do homem com a natureza. Me explicaram que o terreno de 800.000m2 terá 20 cotas* onde algumas já foram vendidas. O objetivo é que a terra toda seja de todos os sócios mas que cada um deles também tenham seus espaços particulares. Eles tem a intenção de dar cursos, receber escolas, enfim reeducar o homem na freqüencia 13:20 em harmonia com a natureza para o novo ciclo Cósmico que se iniciará em 22/12/12 (por sincronicidade também será meu aniversário de 34 anos). É um local lindo e magnífico, faz divisa com o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros e também tem a nascente do Rio dos Couros um dos pontos turisticos mais imponentes com um grande catarata que pretendemos visitar.
Após a fogueira fomos ao restaurante vegetarino Oca Lila e para nossa agradável surpresa comemos nossa primeira pizza vegana (massas comuns de piza tem ovos) em 7 anos de vegetarianismo! A cobertura vai tofu e legumes... É uma pizza delciosamente leve, bem diferente da pizza comum. Gostamos muito do restaurante e demos boas risadas!
Nossos amigos Hilde e Waldemir nos trouxeram de volta para a pousada de carro e nos encontramos novamente no dia seguinte pela manhã para passear pois eles iriam embora no sábado.
Fomos até a nascente do Rio dos Couros no terreno de propriedade do instituto, batemos algumas fotos, depois fomos até o Mirante de Maitreya para fugir da chuva (nota: aqui é muito interessante porque chove forte e para e não chove em todo lugar... Chove de um lado da estrada e do outro lado não chove... Então temos que ficar atentos no céu e nas nuvens para escolher o melhor caminho a seguir se qusermos escapar da chuva).
Na volta a chuva já havia passado e fomos conhecer a pousada que nossos amigosm estavam hospedados chamada Portal da Chapada (na estrada para São Jorge há 10km de Alto Paraiso).
É um local mais asfaltado que a pousada que estamos mas muito, muito gostosa, com chalés rústicos e também de onde parte uma trilha ecológica suspensa por tablado de madeira de 3km até a cachoeria São Bento. É uma trilha em vegetação alta, com placas de identificação dos tipos de árvore, bem fresco, bonito e organizado.
Tomamos um banho de cachoeira e a chuva voltou... Gelada e com um ventinho frio resolvemos voltar para o chalé deles, pegar o carro e ir para a cidade almoçar pois já eram 17h00.

Como o restaurante só abria as 18h00 passamos antes em uma lojinha de cristais onde fomos muito bem atendidos pelo sr (dono da loja) muito simpático de 72 anos, mineirinho que nos deu uma aula de cristais.

Fomos no Cravo & Canela, um restaurante vegano e vegetariano com um cardápio fantástico de lanches sem nada de origem animal. Para se ter uma ideia de valor, um jantar completissímo com tudo natural incluindo prato principal, sobremesa e chá natural para 4 pessoas saiu por R$ 80,00

Pausa para reflexão: Eu e a Kris estamos impressionados com a culinária da região e como eles estão preparados para atender pessoas veganas e vegetarianas como nós. Confesso que em 7 anos sem comer carne eu nunca tinha visto cardápios tão fartos, saborosos, nutritivos e cheio de opções. As pessoas são esclarecidas, preparadas, conhecem muito bem os hábitos e costumes de pessoas que optam por uma dieta sem animais. É só você perguntar que eles te indicam tudo que te atende no cardápio.... Impressionante!!!
Em uma das maiores cidades do mundo como São Paulo se você parar na av. Berrini ou na av. Paulista onde circulam a maior parte do dinheiro do continente e perguntar para os engravatados que ganham milhões de salários, prêmios e bônus anuais o que é ser um vegano, eu lanço aqui o desafio que alguém possa responder com tanta clareza, conhecimento, amor e respeito que os amados cidadões de Alto Paraíso de Goiás há 1.300km de São Paulo possuem. Isso nos faz refletir: que tipo de intelecto é criado um uma cidade como São Paulo onde as pessoas são super inteligentes para ganhar dinheiro, estudam nas melhores universidades, trabalham nas melhores mega super master corporações, são prósperas materialmente, possuem muitos bens, conhecem o mundo, sabem falar sobre assuntos complexos mais em contra partida são totalmente incapazes e ignorantes em aprender sobre coisas simples da vida? E também se tornam cegas e alienadas e se esquecem que dinheiro não serve para comer, respirar ou amar?

Depois do formidável jantar com nossos amigos, voltamos para a pousada, peguei meu livro Autobiografia de um Yogue de Paramahansa Yogananda, meditamos um pouco e fomos dormir...

Hoje sábado, acordamos as 6h00 com barulho muito forte de chuva (a frente fria do sudeste chegou aqui) para purificar essas terras abençoadas onde não chovia há meses... Estamos aproveitando a pausa sagrada para programar os próximos passos da viagem

* Tentaremos detalhar melhor nos próximos dias as informações do instituto de permo-cultura. Os detalhes acima são fragmentos do que pude absorver da rápida conversa que tivemos pois o momento da fogueira de equinócio de primavera que estavam não era o mais propício para isso.

"Pessoas de caráter fazem a coisa certa não porque elas acham que isso irá mudar o mundo, mas porque elas se recusam a ser mudadas pelo mundo!"