segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Casa do Chico Xavier

Acordei cedo na manhã de sexta-feira 28 de setembro comi algumas frutas no café da manhã do hotel, coloquei as malas na moto, paguei a diária e coloquei o endereço no GPS: Rua Dom Pedro I, 165.
Ficava a pouco mais de 3km de onde eu estava e apesar da minha preocupação em não passar muito tarde em São Paulo devido ao transito algo me chamava para este lugar.
Entrei na cidade de Uberaba, alguns semáforos até que cheguei na Rua Dom Pedro I que começava no número 800 e conforme eu rodava os números aumentavam... logo percebi que o GPS havia feito alguma confusão. Avistei uma senhora no portal de sua casa e parei para pedir informações. Seu marido saiu da casa e com um sorriso mineiro muito simpático me ensinou o caminho. Papo vai, papo vem, risadas para lá e para cá... (abençoado seja esse povo simpático e alegre).... agradeci e me despedi, contornei a avenida até avistar do meu lado direito a casa do Mestre.

Entrei meio que sem saber o que poderia esperar... a fachada da casa foi transformada em uma livraria espírita fui até a mesa ao lado e perguntei para a moça se eu poderia visitar a casa do Chico. Ela abriu um grande sorriso e me disse - Lógico que pode! a entrada fica logo alí. Perguntei - Posso tirar foto? e ela sorriu novamente afirmando que sim.

Foi aí que ao passar pela porta lateral cheguei ao quintal de sua humilde residência e pude compreender a importância deste amado ser humano que viveu entre nós.

Tudo estava exatamente como ele deixou... sua decoração... seus móveis, cadeira, cama, geladeira, roupas, boinas, etc.

Pude enfim sentir a enorme emanação de energia que existe neste lugar... as enormes bençãos que ele trouxe para este povo trabalhando 20 horas por dia e vivendo em estado de quase pobreza se negando a receber qualquer dinheiro de direitos autorais vindo dos mais de 400 livros que ele psicografou.... pois segundo o sábio ele não poderia receber dinheiro pelos livros que não foram escritos por ele. Ele se julgava um instrumento de Deus e apenas escrevia o que os espíritos lhe contavam.

Senti uma Paz muito grande em meu coração enquanto estive em sua residência terrena... fiquei muito emocionado... parecia um déjà vu que eu estava sentindo... uma mistura de recordação e conforto por estar em um lugar conhecido e amigável com uma sensação de euforia e emoção por estar onde o grande Chico Xavier passou boa parte de sua vida trabalhando arduamente para sutilizar o campo austral de nosso planeta  levando e trazendo mensagens de amor e de perdão entre os espíritos sofredores moradores do umbral do planeta e seus entes queridos encarnados e presos ao mesmo padrão. O sofrimento da ignorância e falta de compreensão das leis Universais do Pai Eterno que causa dor, raiva e separação em ambos os corações (dos encarnados e desencarnados). Era esse a missão do Mestre... trazer compreensão divina aos corações aflitos.

Certa vez perguntaram ao Chico como ele se sentia quando ofendiam ele... e no trono de sua sabedoria divina ele respondeu. "-É lógico que fico triste quando alguém me ofende... palavras rudes não são boas de se ouvir.... e após uma suave pausa ele continuou... -Mas eu ficaria muito, muito mais triste se fosse eu que estivesse ofendido alguém....".

Depois de me sintonizar com sua energia e agradecer pela oportunidade de estar ali, parti de Uberaba/MG.

Rodei por mais 250km até Santa Rita do Passa Quatro, abasteci, comi um lanche e voltei a estrada para mais 200km até o Shopping Serra Azul na Rodovia dos Bandeirantes em Vinhedo.
Abasteci novamente, saquei dinheiro para pagar o único pedágio (na Rodovia Airton Senna) onde moto não é isento e encarei pouco mais de 100km para chegar feliz em casa onde a Kris, o Thor, o Merlin e a Isis já me esperavam...

Enfim, esse foi o relato desta aventura de férias em 2012. Não foi o primeiro e nem será o último.
Toda viagem que fizemos desde que casamos a Kris fazia um diário anotando as coisas para fazermos o álbum de fotos, escrever, e etc... porém, ao retornar da viagem nunca mais abrimos os cadernos... rsrs...
Desta vez resolvemos fazer diferente... algo online... foi uma experiência bem interessante... posso dizer que gostei e já penso em algumas melhorias para os próximos relatos que não irão demorar a ocorrer.... :-)

Temos alguns materiais que trouxemos das cidades que passamos que gostaria de deixar disponível no Blog para auxiliar quem precisar e também para termos como lembrança e recordação.

Vou aproveitar esse última semana de férias e tentarei fazer essas coisas...

Até a próxima!!!

"Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim". Chico Xavier

Retorno Express

É com um pouco de atraso que escrevo esse Post.... sabem com é... retornar para casa, descansar, arrumar as coisas e ainda teve o nosso Aniversário de Casamento e um curso de Light Healing no meio destes dias todos.... rs

Sai no dia 27/09, última quinta-feira por volta das 9h00 de Alto Paraíso de Goias com o objetivo de chegar a Uberaba há 750km de distância.

Bem, como nada é por acaso o imprevisto causado com a torção do tornozelo da Cris acabou dando um novo espírito no retorno da viagem.

Por um lado a Cris no melhor estilo Saci Pererê teve que se virar sem minha companhia para voltar de avião de Brasília até Guarulhos.
No dia anterior eu já havia ligado na TAM e solicitado uma cadeira de rodas para locomoção em grandes distâncias e segundo ela o pessoal foi super atencioso. Ela irá relatar seu retorno em outro Post em breve.

Do outro lado eu iria retornar sozinho de moto em 2 dias... percurso este que fizemos na ida em 4 dias.
O espírito da viagem havia mudado significativamente para mim. Seria uma experiência muito interessante e eu fiquei animado!
Todo motociclista sabe que pilotar moto com garupa é muito diferente de pilota-la sozinho. É uma dinâmica completamente nova que eu não havia experienciado ainda em longas distâncias ...

Como as malas prontas, corrente lubrificada, suspensão regulada, entrei mais uma vez no chalé número 7 da pousada Casa Rosa, encostei a porta e me silenciei por alguns minutos para fazer uma oração de agradecimento pelo tempo passado na cidade, pelos lugares visitados, pelas pessoas conhecidas e lições apreendidas. Tudo isso ocorreu com um sentimento muito forte em meu coração de que retornaremos neste lugar maravilho em um futuro próximo.

Acertei as 8 noites que dormimos no chalé por R$ 142,00 a diária e parti escutando o mantra indiano Om Mani Padme Hum.

Rodei uns 220 km até o entorno de Brasília... se não me engano a BR passava por Planaltina no Distrito Federal quando parei no posto para abastecer, calibrar o pneu (que não deu pra fazer em Alto Paraíso) e comer um lanche no Subway. Aproveitei e liguei para a Cris que já estava na porta do salão de embarque no aeroporto. conversamos um pouco, terminei de comer o lanche e parti com a intensão de rodar mais 250km.

Nos aredores do Distrito Federal e já em Goiás a paisagem é bem parecida. Clima de cerrado árido, muitas, muitas, muitas fazendas ao redor das estradas com plantações de Sorgo a perder de vista... não se vê uma alma viva nestes lugares.
Com retões infinitos nas estradas você até acaba ficando mal acostumado quando chega uma leve curva e você precisa deitar suavemente a moto.
Com tráfego intenso de caminhões por estes lados (praticamente não se vê carros nas estradas de Goiás), a única coisa importante que você não pode descuidar e do grande deslocamento de ar produzido por estes gigantes das estradas ao passar no sentido contrário por você.

Em todo o estado de Goiás por onde passei, as estradas não são duplicadas e tive que ficar bem atento... quando vinha caminhão no sentido contrário, eu jogava a moto para a direita e dava uma leve encolhida no tronco aproximando o capacete do para brisa para não receber o impacto do deslocamento de ar no peito.
Fora este cuidado básico, outro muito importante é o combustível. Saindo de São Paulo você roda quilômetros e as vezes mais de uma hora sem cruzar por nenhum posto de gasolina no caminho.

Tinha rodado pouco menos de 200km quando passei por um posto. Decidi não parar porque queria rodar um pouco mais e quase fiquei na mão... rsrs

Minha intenção era parar em Catalão (mesma cidade que paramos na ida) que eu sabia que ficava a frente mais não tinha noção direito da distância. Quando eu já havia rodado mais uns 20km apareceu a surpresa... uma placa de sinalização (coisa rara por lá também) informando Catalão há 100km... deu aquela gelada básica... fiz as contas e refleti minhas opções... bom não tenho combustível para rodar mais 100km... não estou afim de voltar mais 20km (onde vi o último posto)... então vou arriscar... deve ter um posto aí na frente..... hehehe...
Rodei mais 15km e a moto entrou na reserva me avisando que eu só tinha mais 4 litros de gasolina no tanque... voltei a fazer as contas e refletir minhas opções....
Quando ando sozinho de moto no dia-a-dia a moto faz 29km/l. Na nossa viagem de ida com a moto carregada de bagagem e com a Kris na garupa ela tinha feito 20km/l e agora eu com a moto ainda carregada de bagagem porém sozinho sem a Kris a moto tinha feito 23km/l... logo pensei 23*4=93km... se não der pra chegar em Catalão pelo menos terei que andar bem pouco... rsrs
Para mitigar o risco reduzi a velocidade média que estava em 130km/h para 100km/h (se a moto fez 23km/l a 130km/h é óbvio que ela vai rodar mais se eu manter a velocidade mais baixo a 100km/h pensei...).
Foram angustiantes 37km até que avistei um posto dos mais simples possíveis na beira da estrada.
Com um alívio no peito parei, abasteci e entrei no restaurante para comprar uma água e tomar um sorvete pois estava muito quente.
Dentro do restaurante tive uma grande e prazerosa surpresa... uma senhora muito simpática se aproximou de mim ao lado de um jovem rapaz e me disse com o maior carinho e simplicidade do mundo. "Meu filho estava lá fora namorando sua motona... aí eu disse pra ele... vamos lá dentro filho pra você ver a bota de motoqueiro do rapaz...." :-)
Paguei a água e o sorvete e saímos conversando... foi um papo de uns 10 minutos muito agradável que tive com os dois. depois apareceu o marido da senhoria e pai do rapaz, conversamos mais um pouco... o filho motoqueiro tinha acabado de comprar uma moto e estava aprendendo a pilotar... já tinha caído algumas vezes contava ela toda simpática...
Tirei a viseira do capacete para lavar pois tinha muitos bichinhos espatifados nela, nos despedimos e parti com a intenção de rodar pelo menos mais 200km pois pelas minhas contas não daria para chegar em Uberaba com esse tanque.

Ao entrar em Minas Gerais as coisas melhoraram bastante... é interessante voltar a SP pois quanto mais cansado você vai ficando pela distância percorrida melhor as estradas se tornam ao aproximar do estado.
Apesar da maior parte do percurso estar em reforma, as pistas já são quase que todas duplicadas e com asfalto novo muito bom..

Havia rodado próximo de 200km... as pernas já estavam doendo... os alongamentos em cima da moto já não surtiam mais efeito quando cheguei em Uberlândia.
Parei no posto para abastecer, tomar água e alongar as pernas. aproveitei e liguei para a Cris que já havia chegado na casa dos pais dela.

Foram mais 100km e pouco menos de 1 hora para chegar ao Village Hotel em Uberaba próximo das 18h00 e finalmente descansar... a diária saiu por R$72,00. Bom hotel na beira da estrada. Bem localizado.

Pedi uma pizza vegetariana pois não estava aguentando mais sair naquele dia, peguei alguns folhetos turísticos da cidade no próprio hotel e subi para o quarto com a intensão de descobrir como eu poderia visitar a casa do grande sábio Chico Xavier na manhã seguinte